quinta-feira, 30 de setembro de 2010


RIO - Olhos vermelhos, crises de espirro e falta de ar são coisas do passado. A empresa americana de biotecnologia Allerca afirma ter obtido os primeiros gatos hipoalergênicos do mundo. Os animais, que não produzem a proteína responsável por disparar reações alérgicas em humanos, a Fel d1, estão à venda no site da empresa pela módica quantia de US$ 4 mil.
Apesar do preço salgado, a lista de espera para levar um filhote antialérgico para casa é extensa. Desde 2004 a empresa recebe pedidos de pessoas que, apesar do grande amor que sentem pelos bichinhos, são alérgicas à Fel d1, proteína presente na pele, nos pêlos, na saliva e na urina dos animais.
O primeiro desafio da equipe de pesquisadores da Allerca foi identificar o gene responsável pela produção da substância alergênica. Em seguida, a empresa testou uma grande quantidade de animais até encontrar exemplares que, devido a uma divergência genética natural, não produzissem a proteína responsável pelas reações alérgicas em humanos. Esses gatos foram, então, submetidos a cruzamentos simples, dando origem a ninhadas antialérgicas.
Segundo um porta-voz da empresa, essa divergência genética é natural e não foi necessária qualquer alteração genética para a obtenção dos animais hipoalergênicos. Apenas paciência e persistência, já que apenas um em cada 50 mil gatos está livre da Fel d1.
Por fim, explica a Allerca em seu site, todos os animais obtidos no processo foram expostos a voluntários alérgicos à proteína Fel d1, sem que nenhum sitoma clássico - irritação nos olhos, no nariz e na pela - aparecesse.


Caso seu gato apresente dor abdominal, apatia, falta de apetite, vômitos e diarréia com sangue, é hora de consultar um veterinário com urgência. O animal pode estar sofrendo de panleucopenia felina, uma doença viral que ataca o sistema imunológico dos felinos. Muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é alta. Afeta, principalmente, bichos jovens, que ainda não desenvolveram totalmente as defesas naturais.

"Acredita-se que a panleucopenia tenha originado a parvovirose canina por meio de mutação genética, pois os sintomas e as características do vírus são parecidos. Nos gatos, causa uma redução drástica da taxa de glóbulos brancos no sangue, afetando a defesa do organismo contra agentes externos", explica o veterinário Rodrigo Gonzalez, professor da Universidade Anhembi Morumbi. 
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Segundo o especialista, a doença afeta a medula óssea, onde são produzidos os glóbulos brancos, e o sistema gastrointestinal. Um dos sintomas mais graves é a gastroenterite (inflamação do estômago e dos intestinos) aguda, que leva rapidamente à desidratação. 
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"Quando houver suspeita de panleucopenia, a alimentação do gato deve ser interrompida imediatamente para evitar os vômitos e a diarréia. É dado imediatamente soro ao gato para alimentá-lo e hidratá-lo. O animal, ainda, recebe antibiótico com o objetivo de prevenir e controlar infeções bacterianas decorrentes da baixa imunidade", recomenda Gonzalez. O tratamento, afirma o veterinário, dura de cinco a sete dias.
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"A taxa de mortalidade é elevada, mas gatos que vencem o quinto dia da doença têm mais chances de sobreviver", afirma o especialista. Segundo ele, a doença é bem mais branda ou até assintomática quando afeta felinos adultos.

Outro cuidado em relação à panleucopenia se deve à resistência do vírus causador da enfermidade, que é altamente transmissível. Prova disso é que gatos já curados podem infectar outros durante cerca de 30 dias após serem atingidos pela panleucopenia. 


"A doença pode ser contraída por meio do contato direto com fezes, saliva e urina infectadas. Também é transmitida pelo ar. O vírus deve ser eliminado com a aplicação de hipoclorito de sódio [água sanitária] no ambiente infectado para evitar o contágio de outros felinos. Passar álcool nas superfícies contaminadas não resolve o problema", diz o veterinário Paulo Salzo, professor da Universidade Metodista. 
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Apesar de grave, a ocorrência de panleucopenia diminuiu bastante ao longo dos últimos dez anos, de acordo com os especialistas. A vacinação correta explica o controle da doença. "Fazer as três vacinações do gato após os primeiros 45 dias de vida é a melhor forma de o bicho criar anticorpos e prevenir o problema", salienta o veterinário Paulo Salzo. Portanto, fique de olho na saúde do bichano.